Akira Iwao, residente de Ota-ku, casado e com quatro netos, possui uma notável história de dedicação ao Brasil, que teve início quando seu irmão mais velho foi designado para o país para trabalhar na construção de fábricas de empresas japonesas. Desde então, ele dedicou mais de meio século de sua vida à nação brasileira.
Iwao iniciou sua trajetória no Banco do Brasil em 1971, quando ingressou no escritório de representação do banco em Tóquio. Durante sua carreira, ele ascendeu a várias posições de destaque, incluindo as de chefe de empréstimos, chefe de fundos e operações, até alcançar a posição de superintendente regional no Japão, que ocupou de 1992 a 2004. Em 2004, ele se tornou presidente da filial brasileira de uma empresa japonesa de peças automotivas, que na época contava com 2.100 funcionários e sete fábricas. De 2014 a 2018, ele dedicou-se à criação da filial brasileira da Pigeon Corporation. Atualmente, ocupa o cargo de Diretor Executivo na Associação Central Nippo-Brasileira.
O início do Banco do Brasil no Japão
A criação da filial do Banco do Brasil no Japão, em 1972, foi uma resposta ao crescente número de empresas japonesas que estabeleceram operações no Brasil. O objetivo era contribuir para o desenvolvimento econômico e comercial entre o Japão e o Brasil, embora naquela época a oferta de serviços bancários para indivíduos, como depósitos e remessas de dinheiro, fosse praticamente inexistente.
Os anos 90 trouxeram uma nova reviravolta: a bolha econômica japonesa estourou, resultando em uma diminuição acentuada de empréstimos e poupança. Nesse ínterim, Iwao-san notou um influxo inesperado de brasileiros na agência, buscando enviar dinheiro para o Brasil. Era o movimento dekassegui, até então desconhecido para ele. Diante das altas taxas abusivas de remessa da época, o Banco do Brasil decidiu oferecer opções mais acessíveis, que permaneceram populares até os dias de hoje.
Akira observa que o Banco do Brasil enfrentou desafios consideráveis devido à redução significativa dos depósitos causada pelo declínio no movimento dekassegui. Isso levou o banco a reduzir o número de filiais. No entanto, ele vislumbra oportunidades no horizonte, com o Brasil ganhando reconhecimento como uma fonte crucial de suprimentos alimentares para o Japão e a possibilidade de um gradual ressurgimento dos investimentos de empresas japonesas no Brasil. Ele expressa a esperança de que o Banco do Brasil desempenhe um papel importante nessa transformação.